Para contar a história do surgimento dessas duas coletâneas espetaculares, que foram tão importantes para minha formação musical e para gerações subsequentes até os dias atuais, é preciso voltar um pouco no tempo, mais precisamente no final de 1972. Foi nesse momento que John Lennon, George Harrison e Ringo Starr chegaram à conclusão quase simultânea de que um dos grandes erros cometidos pelos Beatles foi não ter dado ouvidos aos contundentes avisos de Paul McCartney contra a contratação do empresário Allen Klein para gerir os negócios da banda. Paul era absolutamente contra essa decisão, e isso foi um dos motivos que o levaram a anunciar sua saída dos Beatles em abril de 1970, seguindo carreira solo dali em diante.
No final de 1972, cada um dos integrantes dos Beatles já havia iniciado suas respectivas carreiras solo com sucesso. John Lennon já havia lançado “John Lennon/Plastic Ono Band” em 1970, seguido por “Imagine” em 1971 e “Some Time in New York City” em 1972. George Harrison já havia impressionado com “All Things Must Pass” em 1970, enquanto Ringo Starr surpreendeu com álbuns como “Sentimental Journey” e “Beaucoups of Blues”, ambos lançados em 1970. Paul McCartney, é claro, já tinha lançado seu álbum solo “McCartney” em 1970, solidificando a transição dos Beatles para carreiras individuais.
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