O escândalo do superfaturamento de um show do Leonardo numa cidade do Mato Grosso é o enésimo retrato da farra com dinheiro público que impera no Brasil há décadas. E neste artigo, vou cutucar as feridas do showbusiness tupiniquim.
Vamos direto ao ponto, porque essa história é daquelas que fazem o estômago de qualquer pessoa honesta revirar e a indignação subir à cabeça como se fosse um solo de guitarra mal tocado num show de boteco totalmente vazio.
A Justiça de Mato Grosso, numa decisão publicada no último dia 26 de maio, anulou um contrato de R$ 750.000,00 entre a Prefeitura de Gaúcha do Norte — um município com pouco mais de 8.000 habitantes, a 554 km de Cuiabá — e a empresa Talismã Administradora de Shows e Editora Musical Ltda., responsável pela carreira do cantor Leonardo. O motivo: superfaturamento — a palavra que virou sinônimo do descalabro na gestão pública brasileira. E o pior: a Talismã foi condenada a devolver R$ 300.000,00 aos cofres públicos, por conta do prejuízo ao erário.
Só que antes de entrar nos detalhes sórdidos dessa palhaçada, pergunto: como uma cidadezinha com menos de 9.000 habitantes, provavelmente enfrentando problemas básicos como falta de saneamento, saúde precária e educação capenga, acha razoável torrar três quartos de um milhão de reais num único show de um cantor que, vamos falar a verdade, já não está mais no auge da relevância artística? Como é possível? A história começa com a contratação do show do Leonardo para a 13ª Feira Cultural de Gaúcha do Norte, em junho de 2024. O contrato, firmado por inexigibilidade de licitação (mecanismo que dispensa concorrência pública quando o serviço é único ou exclusivo), custou aos cofres municipais a bagatela de R$ 750.000,00.
Se quiser saber tudo a respeito do escândalo de superfaturamento envolvendo o show do cantor Leonardo em Gaúcha do Norte, clique no botão abaixo e assista ao vídeo completo.
