Caçulinha Morreu

A imensa maioria do povo conheceu Caçulinha quando ele se tornou o principal músico do Domingão do Faustão, onde ficou por 25 anos comandando a banda do programa, sempre tocando ao vivo e sem jamais fazer uso de playback. A frase que o Faustão sempre dizia, “Quem sabe faz ao vivo,” foi levada muito a sério ali no programa, especialmente por Caçulinha. Ele foi uma daquelas crianças prodígio que já cantavam e tocavam sanfona aos 8 anos de idade, primeiro em sua cidade natal, Piracicaba, e depois nos programas infantis nas rádios paulistanas, notadamente na antiga e lendária TV Tupi, lá pelos anos 40 e 50.

O menino Rubens Antônio da Silva virou Caçulinha por causa da dupla caipira Mariano e Caçula, formada pelo pai do Caçulinha, o Mariano, e pelo tio dele, o Rubens. Quando o tio se casou e saiu da dupla, adivinha quem entrou no lugar dele? O sobrinho Caçulinha, claro! Quando se tornou adulto, Caçulinha passou a tocar na TV, e ali na década de 1960, mais precisamente na TV Record, atuou em programas de enorme audiência, como “Bossaudade,” “Esta Noite se Improvisa,” e, claro, o lendário “Fino da Bossa,” comandado por Elis Regina e Jair Rodrigues na Record, a partir de 1965.

Todo mundo que conheceu e trabalhou com Caçulinha dizia que ele tinha ouvido absoluto, e eu não duvido disso. A dedicação dele à música popular brasileira era algo impressionante. Ele tocava de tudo: piano, acordeão, violão, e tocava tudo muito bem. A excelência de seu talento o levou a tocar e gravar com uma infinidade de músicos e artistas, desde Caetano Veloso, Chico Buarque, e Milton Nascimento, até Pedro Bento e Zé da Estrada, Roberto Carlos, Eliseth Cardoso, Elis Regina, Gal Costa, Zé Keti, Maria Bethânia, entre muitos outros. O próprio Caçulinha tem uma discografia própria repleta de álbuns muito bons e raros nos dias atuais.

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