David Gilmour chegou à conclusão de que seus dias aqui na terra estão próximos do fim, e isso está brilhantemente retratado nas canções deste disco *Luck and Strange*. O álbum inteiro é reflexivo em relação a esse tema, desde a participação da família. Sua esposa, Polly Samson, escritora e jornalista, mais uma vez compôs a maior parte das letras. A filha de Gilmour, Romany, canta em duas faixas, e um de seus filhos, Charlie, compôs uma das letras junto com o pai, na canção chamada “Skies”. Outro filho, Gabriel, faz os *backing vocals*. As letras escritas por Polly remetem claramente aos pensamentos que Gilmour vem tendo em relação a si mesmo, especialmente agora, aos 78 anos de idade, ainda mais após a pandemia, que fez todos nós refletirmos sobre a morte.
Outra constatação é que a idade de Gilmour não tirou sequer 1 mg de seu talento como guitarrista, cantor, compositor e produtor. Nada. Zero. Como sempre, suas guitarras são irrepreensíveis ao longo do disco, com uma personalidade tão única que podem ser identificadas até mesmo se tocadas em outra galáxia, assim como sua voz, que continua absolutamente intacta, cristalina e brilhante. Nem é preciso comentar os solos de guitarra magníficos espalhados pelo disco, pois isso já é notório. Cada solo é espetacular. A introdução deste álbum começa com uma curta vinheta intitulada “Black Cat”, conduzida pelo piano e pontuada pela guitarra de Gilmour. Não há como ouvir essa introdução sem lembrar da sonoridade do *Division Bell*, o último álbum de estúdio do Pink Floyd.
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