SORRISO MAROTO
24 – Unimed Hall – São Paulo
Meu Jesus na cruz… Isto é horrível. Como é que uma banda destas consegue desenvolver uma carreira inteira dependente de um meio musical que prima pelo vazio criativo e que inequivocamente dá seus últimos suspiros é algo que deveria ser estudado. Talvez a explicação esteja no fato de que sua música é feita para pessoas que acham que o amor é aquilo que se vê nas novelas da Globo. Meu Jesus na cruz…
ROUPA NOVA
24 – Vivo Rio – Rio de Janeiro
É aquela velha história: os caras são músicos extraordinários, com total domínio de seus instrumentos, mas ficaram presos a um mercado que não aceita nada que contenha um mínimo de criatividade musical. Resignada, a banda então vem se rendendo há anos em tocar coisas abomináveis como “Dona” e “Whisky a Go Go”, feitas especialmente para agradar a um público muito pouco exigente. Infelizmente, o Roupa Nova é a prova que todo país tem o Toto que merece…
BANDA MANTIQUEIRA
24 – SESC Bom Retiro – São Paulo
Fundado em 1991 pelo clarinetista Nailor Proveta, este grupo voltou à ativa há alguns anos depois de um longo hiato. Desde então faz jus á fama que obteve no passado por conta da excelência musical de cada integrante e, principalmente, pela abordagem “big band” que os caras fazem para composições de Tom Jobim, Pixinguinha, Noel Rosa, Cartola e João Bosco. Se você não conhece, vai ter uma agradável surpresa em todos os sentidos. Pode ir que é sonzaço!
TITÃS
24 – Teatro Castro Alves – Salvador
Como é? O grupo vai tocar em trio e voltar fazer um show “acústico”? A essa altura dos acontecimentos? Depois de tanto tempo? Putz…
JORGE VERCILLO
24 e 25 – Imperator – Rio de Janeiro
O maior imitador de Djavan da América Latina tem uma carreira que incrivelmente já dura duas décadas – o que só mostra como tem gente sem critério na hora de ouvir música – com todas aquelas canções para “pentear os ouvidos” dos mais incautos, tudo adocicado com letras que mais parecem “poesia de escada de faculdade” e arranjos que não oferecem o menor sinal de ousadia e criatividade. É um daqueles shows ideais para se assistir bebericando uísque falsificado e comendo uma porção de provolone à milanesa com data de validade vencida…
NANDO REIS
24 e 25 – Tom Brasil – São Paulo
Mais conciso, sem as loucuras do passado, Nando vem dando provas de que finalmente aprendeu a valorizar seu trabalho, tendo novamente Os Infernais como sua (boa) banda de apoio. O problema é que ele está divulgando seu mais recente disco, o horrível Não Sou Nenhum Roberto, mas às Vezes Chego Perto, no qual se meteu a regravar canções de Roberto Carlos com resultados sofríveis e muito desafinados. É claro que ele vai apresentar também as suas próprias composições, o que significa que você está por sua conta e risco caso resolva encarar a parada… Ah, vai rolar a participação especial de Paulo Miklos em ambas as apresentações.
“BAILE DO BLOCO DA PRETA GIL”
25 – Audio – São Paulo
HAHAHAHAHAHA HAHAHAHAHAHA HAHAHAHAHAHA HAHAHAHAHAHA HAHAHAHAHAHA HAHAHAHAHAHA HAHAHAHAHAHA HAHAHAHAHAHA HAHAHAHAHAHA HAHAHAHAHAHA HAHAHAHAHAHA HAHAHAHAHAHA HAHAHAHAHAHA HAHAHAHAHAHA HAHAHAHAHAHA HAHAHAHAHAHA HAHAHAHAHAHA HAHAHAHAHAHA HAHAHAHAHAHA!!!
PAULINHO DA VIOLA
25 – Circo Voador – Rio de Janeiro
Neste dia, se você não fizer nada além de estar presente ao show do eterno “Príncipe do Samba” – que já comemorou inacreditáveis 50 anos de carreira -, sentadinho, quietinho e absorvendo todos os detalhes da aula de harmonia e melodia que ele vai ministrar, sua vida já terá feito algum sentido. É sério.
RINCON SAPIÊNCIA
25 – SESC Itaquera – São Paulo
Suas canções até que tem letras bem interessantes e rimas bem sacadas, mas o som… Lamentavelmente, Rincon opta por reciclar batidas mais condizentes com o pop funk carioca em vez de botar seu discurso cobre bases mais pesadas e com maior influência do hip hop. Quando botar mais Public Enemy e Cypress Hill em seu caldeirão sonoro, aí sim perigas soar como gente grande. Por enquanto, parece um tiozão tentando impressionar a molecada. Passo.
LINIKER & OS CARAMELLOWS
25 – SESC Campo Limpo – São Paulo
Um dos principais nomes da “lacration music” dos últimos tempos, ele e sua banda padecem do mesmo problema de seus colegas de ‘estilo’: canções fraquíssimas são apenas pretextos para um posicionamento mais contundente perante uma sociedade cada vez mais reacionária e conservadora. E quando a música é ruim, o discurso perde muito da força…
PREMEDITANDO O BREQUE
25 – SESC Pinheiros – São Paulo
Um dos mais queridos grupos oriundos da chamada “Vanguarda Paulista” do início dos anos 80, a banda volta a colocar nos palcos o humor de suas letras e os arranjos interessantes de suas canções, incluindo aquelas de seu álbum mais famoso, Quase Lindo, lançado em 1983. Para os saudosistas, será um prato cheio, ainda mais porque Eduardo Dusek fará uma participação especial.
PAULINHO MOSKA
25 – SESC Vila Mariana – São Paulo
Ele voltou a usar o “Paulinho” em seu nome artístico, mas em seus shows, ele só reforça a tese de que é um cara talentoso, mas que sempre apresenta um repertório bastante irregular. A falta de uma constante safra de boas canções é justamente o que atrapalha a sua carreira, o que fica ainda mais nítido com esse show, no qual promove o álbum Beleza e Medo, lançado recentemente. Arrisque!
KARINA BUHR
25 e 26 – SESC 24 de Maio – São Paulo
Esta cantora ainda tem na sua voz terrivelmente desafinada um ponto fraco tão preponderante que chega mesmo a atrapalhar a apreciação da boa parte instrumental de suas canções. Aliás, este é um defeito recorrente em 88,4% das bandas ditas “indies” brasileiras. Se já é imperdoável um instrumentista se meter a cantar sem obedecer ao tom da música, imagine isto vindo de uma cantora propriamente dita. Menos mal que o repertório vai trazer novidades, como algumas canções de seu mais recente álbum, Desmanche.
QUARTETO EM CY
25 e 26 – SESC Pompéia – São Paulo
Um dos melhores grupos vocais de todos os tempos na história da música brasileira volta à ativa e trata de comemorar meio século de carreira com um show delicado e repleto de belas harmonias, tudo a serviço de um repertório recheado de clássicos. Resumindo: aula de canto à vista!
EDDIE
26 – SESC Interlagos – São Paulo
Um dos nomes pouco lembrados quando o termo “mangue beat” é citado, este grupo pernambucano vai usar esta apresentação para marcar a comemoração dos dez anos do álbum Original Olinda Style, que também será relançado em vinil. O som? Bom, se você resolver ir a este show vai entender porque pouca gente lembra desse grupo…
SÁ & GUARABYRA
26 – SESC Pinheiros – São Paulo
Em mais de 40 anos de carreira, esta dupla foi fundamental para a sedimentação de um estilo que passou a ser conhecido como “rock rural”, uma mistura country, sertanejo “de raiz”, baião, xote e xaxados. Construíram um repertório repleto de ótimas canções, muitas delas verdadeiros exercícios de sofisticação harmônicas nordestinas e com letras com achados poéticos de primeira grandeza. Não perca!
VANESSA DA MATA
26 – concha acústica do Teatro Castro Alves – Salvador
Taí um daqueles shows que deixam todo mundo com sorriso no rosto e com vontade de cantar as músicas. Esqueça bobagens como “Ai Ai Ai”. Há uma delicadeza brejeira na voz de Vanessa que funciona perfeitamente dentro de suas canções. Suas apresentações são sempre corretas, com banda afiada e direção segura. É uma boa pedida para quem quer impressionar a(o) parceira(o) recém-conquistada(o), principalmente porque neste show ela vai mostrar o resultado de seu mais recente trabalho, o EP Quando Deixamos Nossos Beijos na Esquina.
MODA DE ROCK
27 – SESC Consolação – São Paulo
Está aqui um bom exemplo de como a linguagem sonora da viola pode ser trabalhada nos mais diversos gêneros. Neste show, a dupla formada pelos violeiros Ricardo Vignini e Zé Helder mostra como empregar o instrumento em arranjos muito bem elaborados para recriar grandes clássicos da banda de Robert Plant e Jimmy Page, pois estão lançando um novíssimo álbum, Moda de Rock Toca Led Zeppelin. Imperdível, ainda mais porque a entrada é gratuita!
“RUSH PROJECT”
30 – Café Piu Piu – São Paulo
O espetáculo em tributo ao falecido Neil Peart e sua banda terá a renda revertida integralmente para o Hospital do Câncer em Barretos (SP), sendo uma boa oportunidade de contribuir para uma causa nobre e ainda as canções do trio canadense interpretadas com dignidade. Vá, divirta-se e e emocione…
BANDA BLACK RIO
30 – Bourbon Street – São Paulo
Embora esteja completamente descaracterizada em relação a sua formação original, esta reencarnação do lendário grupo dos anos 70 faz um show até que animado, mas feito para agradar apenas a quem não faz a menor ideia da história da banda. Quem conhece o som “das antigas” vai simplesmente odiar o que estes caras estão fazendo. Sugiro uma olhadela para que você se posicione.
VANGUART
30 – SESC 24 de Maio – São Paulo
Lançando seu quarto álbum, o fraco Beijo Estranho, o vocalista Helio Flanders continua se mostrando um primor na arte de desafinar, tanto no estúdio como, principalmente, ao vivo. É uma ‘regularidade’ impressionante. Fuja!
XANDE DE PILARES
30 – SESC Bom Retiro – São Paulo
Por ter boa presença de palco e carisma, ele até poderia ter uma carreira decente se resolvesse construir um repertório bacana, com canções influenciadas pelo samba do passado, e fizesse uma aulas de canto para deixar de desafinar tanto. Em vez disso, prefere chafurdar na vala da descartabilidade com músicas ridículas, que apenas são relevantes para ‘periguetes’ com os cabelos tingidos com água de salsicha e soltar sua voz de maneira ‘qualquer nota’.
“É um daqueles shows ideais para se assistir bebericando uísque falsificado e comendo uma porção de provolone à milanesa com data de validade vencida…”, sensacional!
Mestre Régis suas críticas me lembram muito as resenhas feitas pela revista Rogue Brigade da década de 80, elas são ácidas, sagazes e extremamente sinceras.
Acompanho o seu blog, seu canal no YouTube e também as listas que você coloca no Spotify. Graças ao trabalho do senhor, tive a oportunidade de conhecer bandas que nem imaginava que existiam e álbuns que simplesmente transformaram minha vida, para melhor.
Quero aproveitar o espaço aqui, para lhe agradecer pelo ótimo serviço que o senhor presta em nome da boa música.
Um grande abraço Mestre!
Obrigado pelos elogios, Rodrigo.