Tempos atrás eu iniciei uma série por aqui, “Você tem que Ouvir…”, na qual procuro alertar a respeito de discos que passaram despercebidos por você e um monte de gente, o que sempre é uma tremenda injustiça. Se tiver curiosidade, leia aqui o “capítulo das cantoras” e aqui a minha indicação de ótimos discos do Black Keys e do OutKast. E hoje tem mais um…
De tempos em tempos ouço a velha ladainha “o rock morreu”, “a molecada está ligada em outros sons”, “rock é coisa de tiozinho” e outras baboseiras que fazem parte da cartilha dos “mudéeeerrrnnnosss”, um tipo de gente que diz adorar “funk carioca” como ‘manifestação artística’ – mas sem ter uma música sequer desse tipo de merda em sua estante de CDs ou em seus celulares – e que se ‘pavoneia’ como se fossem as pessoas mais antenadas do mundo em termos de novidades. Gente que considera o Arcade Fire como “obsoleto” e diz adorar ouvir bandas brasileiras de “indie rock” com vocalistas desafinados e guitarristas que não sabem sequer ligar um afinador eletrônico para seus instrumentos.
Se esse é o seu caso, pode vazar daqui. É, é isso mesmo. Vá ler outro textos aqui no blog, dar uma navegada pelo meu site,,. Porque o que vou mostrar aqui são “tiozinhos” fazendo belos sons em discos que só vão atrair gente que gosta de música, e não de quem satisfaz a sua carência emocional “jogando para galera”. É. Pode ir embora deste espaço por hoje se você não está a fim de conhecer “novas velharias”…
Bom, se você começou a ler este parágrafo é porque entendeu o meu recado e está com vontade de ouvir e ver sons que EU julgo interessantes. Sim, isto mesmo. O que impera neste espaço é a minha vontade de escrever diretamente a você. Estou pouco me lixando para a manada de ignorantes que pedem nas redes sociais “críticas imparciais”, “respeito aos seus ídolos” e outras babaquices. Como você já percebeu, sou o ditador mais benevolente que você irá conhecer na vida…
Voltando ao assunto, vou mostrar abaixo um bando de velhinhos que ainda continuam a fazer sons espetaculares. Simples assim. Vamos a eles…
PLANET OF THE ABTS
Se você conhece o maravilhoso grupo Gov’t Mule já sabe que o batera Matt Abts é daqueles instrumentistas que tem na improvisação e no feeling rítmico as ferramentas ideias para rechear qualquer canção com um brilhantismo inquestionável. Nesse grupo ele se reuniu ao seu colega de banda titular, o baixista sueco Jorgen Carlsson – com quem toca desde 2008 -, mais o tecladista/guitarrista/vocalista T-Bone Andersson, e formou um trio igualmente poderoso, com uma abordagem bem mais hard rock do que costuma empregar no Gov ‘t Mule.
O autointitulado disco de estreia dos caras saiu no Brasil em 2010 por intermédio do selo Rock Company/Museu do Disco, que resgatou a marca de uma das mais importantes lojas de discos do Brasil nos anos 70 – quem tem mais de 40 anos de idade sabe disto. Dê uma sacada do ótimo som desta turma nos dois vídeos abaixo, gravados ao vivo:
HUNDRED SEVENTY SPLIT
Outro grupo excelente! Traz o lendário baixista do Ten Years After e produtor Leo Lyons ao lado do jovem guitarrista Joe Gooch, justamente o cara que substituiu o mitológico guitarrista Alvin Lee no grupo acima citado. Com o auxílio de bateristas convidados, os dois gravaram um álbum de estreia soberbo, The World Won’t Stop – que também foi lançado no Brasil pelo mesmo selo do Planet of the Abts -, cheio de temas em que o blues e o rock se misturam de um modo contagiante. Sonzão!
Regis, tenho os dois discos, e gosto muito do Joe Gooch à frente do Ten Years After. Grandes indicações!!
“Diatdor benevolente”… hahahah, tu é uma figuraça, Régis… imagino teus papos com a saudosa Dona Irene… Abração.
Regis, muito obrigado por indicar estes grupos. Eu não conhecia nenhum dos dois e achei sensacionais! E a simples menção do nome “Museu do Disco” traz de volta momentos de tremenda alegria da minha infância/adolescência, pois foi lá que adquiri grande parte de meus discos na época. Aquele lugar deveria ter sido tombado e funcionado para sempre!
Isso aí não presta, não! É coisa de tiozão chato e pinguço!
Tarzan Boy do Baltimora é muito melhor que isso
Não conheço nenhuma das indicações.
Tenho 3 do Gov’t Mule que gosto muito. São o autoentitulado de 1995, o Dose de 1997 e o Deepest End – Live in Concert de 2003, que coincidentemente estava ouvindo quando comecei a ler o texto.
Vou procurar nos sebos por aqui pra ver se encontro. Gracias pela recomendação Tio Regis.